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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Hip-hop Muito se fala, pouco se conhece e o quê se faz...?

A história da dança hip hop
Como esta coluna é destinada àqueles que independente de credo, cor, raça, sexo e estado social, viram no hip-hop uma forma de contestar as injustiças de um sistema que quer-nos segregar de maneira sutil e fazer com que nos sintamos superiores uns aos outros – simplesmente pela tonalidade mais clara de pele, ou pela textura mais lisa do cabelo; pela delicadeza dos traços faciais ou pela clareza dos olhos – resolvi expor resumidamente, mas de modo facilitado, como são definidos os elementos da cultura hip-hop, a fim de que as dúvidas possam diminuir, e talvez, quem sabe, venham ser substituídas pelo compromisso verdadeiro de fazer dela algo essencial para suas vidas...

Dança

Up Rocking – criado entre 1967 e 1969 pelos dançarinos Rubber Band e Apache (idealizadores da crew Dynasty Rockers), no bairro do Brooklyn (NY). Este estilo consistia na simulação de uma luta. Extinto no inicio dos anos 70, alguns de seus passos reaparecem junto as coreografias dos b. boys do bairro do Bronx (NY). Cabe lembrar que o dançarino de up rocking era denominado de rocker.
Locking – criado por Don Campbellock no final dos anos 60, em Los Angeles. Pode-se dizer que este estilo fora inventado acidentalmente pelo fato de Campbellock nunca ter conseguido interpretar corretamente os passos do funk chicken (estilo popularizado por James Brown em suas apresentações). É importante lembrar que o dançarino de locking é denominado de locker.

Popping – criado por Boogaloo Sam, natural de Fresno (Califórnia). Num sincronismo de braços e pernas o popping estiliza o pipocar (pipocas estalando) de movimentos. Boogaloo Sam também fora o criador do estilo boogaloo style em meados de 70 e o passo denominado de backslide, usurpado por Michael Jackson e popularizado com o nome de moonwalk. Vale ressaltar que o dançarino de popping é identificado pelo nome popper.

Breaking (B. Boying ou B. Girling ) – ao contrário do nome break dance, popularizado erroneamente pela mídia americana, este estilo não apresenta o nome original do seu criador. Contudo ele fora adotado e desenvolvido pelos garotos do bairro do Bronx (NY) entre 1975 e 1976 nas block parties (festas de rua) ao som dos rítimos latinos, soul, funk e jazz. O fato curioso sobre o nascimento deste estilo, é que ele fora desenvolvido pelos adolescentes da época, que por não conseguirem imitar corretamente seus irmãos mais velhos e seus pais, que dançavam embalados pelo soul, acidentalmente acabaram criando um estilo mais radical, incorporando inclusive na sua

coreografia, movimentos que iam desde mímicas e acrobacias olímpicas, até a estilização de capoeira e catares de lutas marciais. O termo break foi adicionado a sua identificação, devido a predileção destes jovens pelo momento instrumental oferecido pelos discos (break beat), aonde faziam das pistas das festas o seu palco principal. Ficaram então conhecidos como break boys ou b. boys. Já termo atribuído às mulheres é b. girl. Dentre tantas gangues de breakin’ pode-se destacar a Rock Steady Crew com uma das mais populares em todo o mundo.
No Brasil, estes estilos de dança chegaram em 1983 através da mídia e por isso, todos vieram centrifugados no formato break dance. Não sabíamos o que era locking, popping ou breaking. Então, todos os dançarinos eram identificados de um modo sinônimo pelos nomes breakers, dançarinos de break ou b. boys. De alguns anos para cá, pessoas como o empresário paulistano do entretenimento para b. boys, Rooney Yo Yo, e alguns dançarinos (como é o caso da crew UBI, com representações no Rio), estão procurando dar aos adeptos da dança urbana o verdadeiro conceito de cada estilo. Em Campo Grande, há 10 anos, a organização CJ Hip-hop – com sua sede no centro do bairro – vem demonstrando também sua representação autêntica, reunindo todos os sábados adolescentes de ambos os sexos com o intuito de conscientizá-los através da dança.

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