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terça-feira, 24 de maio de 2011

Transtorno bipolar Sônia M. M. Galhardo

Transtorno bipolar
Sônia M. M. Galhardo
Bruscas mudanças de humor, acrescidas de atos exacerbados Pálida, desanimada, tristonha, ela passa toda a manhã adiando suas tarefas, demorando a decidir o que fazer primeiro. Enrolando, inicia alguma atividade. Sente-se incapaz. Irritada e indisposta deixa-a sem perceber e inicia outra. Passa-se este primeiro período do dia sem que ela tenha concluído coisa alguma. À tardezinha, como num salto, toma um belo banho, escolhe a roupa que lhe cai melhor, maquia-se e sai. Perfumada e feliz, vai à cabeleireira fazer uma nova tintura, procura o encanador para fazer aquele conserto na cozinha, vai ao supermercado, bate um bolo para as crianças. Até encontra tempo para visitar aquela amiga que há tempos não vê. Sente-se animada, disposta, potente, dinâmica e capaz e invencível. Como uma verdadeira salvadora do mundo, enxerga-se como a pessoa certa para resolver qualquer situação. Fala ininterruptamente. Sem finalizar um pensamento, embrenha-se em um próximo. Diante de tal repertório comportamental, é inevitável que se pense em Transtorno Bipolar, patologia que, até há pouco tempo, era denominada Psicose Maníaco-Depressiva. Este nome tão sombrio e comprometedor, foi substituído principalmente por se constatar que este quadro não é, necessariamente, acompanhado de sintomas psicóticos. Este síndrome, também chamado Transtorno Bipolar do Humor (TBH) ou Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) caracteriza-se primordialmente por estas bruscas variações de comportamento, indo da desmedida euforia (mania) à profunda depressão. Inesperada e descontroladamente. Contudo, há portadores desta sintomatologia que passam sua vida apresentando apenas o pólo depressivo, ou somente o maníaco. Ou então, após grande parte da vida em depressão, muito mais tarde surge um episódio de alarmante euforia. E vice-versa. Acredita-se que, atualmente, 1,6% da população mundial sofra com esta difícil patologia. Difícil, sim. E dolorosa. O próprio portador pode não ter consciência de toda esta dificuldade, mas é inegável que seu convívio com o mundo acaba sendo extremamente truncado, abalado, chegando a ser mesmo, impossibilitado. O que dizer de familiares, colegas de trabalho e outras pessoas com as quais compartilha seu cotidiano? O TBH costuma acometer pessoas jovens, na faixa etária dos 20 a 30 anos. Entretanto, pode ocorrer depois dos 70. E suas causas parecem, realmente, estar ligas à hereditariedade. Todavia, situações afetivas traumáticas, como morte de uma pessoa querida, separação conjugal, perda de emprego, podem desencadeá-lo. O uso abusivo de álcool e outras drogas também têm considerável participação no surgimento do TBH. A boa notícia é que existe tratamento efetivo e eficaz para o controle desta patologia. Lítio, antipsicóticos e anticonvulsivantes têm sido usados com sucesso. Digo “controle”, porque trata-se de um quadro crônico. Não se pode falar em cura. Os medicamentos têm que ser usados para sempre. Sistemática e religiosamente. De forma alguma, o portador do TBH pode abandoná-los por sentir-se melhor. Os sintomas voltarão. E mais: a medicação deve, obrigatoriamente, ser prescrita pelo médico – cada paciente é único e só o médico saberá qual o medicamento adequado a cada um deles, após séria e cuidadosa pesquisa. Sempre com muita calma e paciência. Associadas às terapias medicamentosas, as psicoterapias têm papel fundamental. Tanto para o próprio portador do TBH, como para os familiares. É imprescindível que eles compreendam os sintomas e aprendam a lidar com eles. Tomando esses devidos cuidados, portador do TBH pode levar uma vida perfeitamente normal e até mesmo destacar-se em suas atividades profissionais e sociais. Porém, é preciso que atentemos para um fato: alterações de humor acontecem a todos nós, invariavelmente. Seríamos todos portadores do Transtorno Bipolar? É claro que não! Na dúvida, em primeiríssimo lugar: consulte o médico!

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Senador reúne assinaturas para abrir CPI do Ecad Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/05/10/senador-reune-assinaturas-para-abrir-cpi-do-ecad-924431393.asp#ixzz1M1fP8qh3 © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

RIO - O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) anunciou na noite desta quarta-feira ter obtido as 27 assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad). No fim de abril, reportagem de O GLOBO mostrou que o Ecad repassou quase R$ 130 mil indevidamente em direitos ao falsário Milton Coitinho dos Santos, referente a obras de compositores como Caetano Veloso e Sérgio Ricardo. Senadores da base do governo federal e da oposição assinaram o requerimento para a abertura da CPI. Entre eles, Itamar Franco (PPS-MG), Lindbergh Farias (PT-RJ), Eduardo Suplicy (PT-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Paulo Paim (PT-RS), Sérgio Petecão (PMN-AC) e Wellington Dias (PT-PI).
- Eu espero que esta CPI do Ecad não seja como a de 1995, que não deu em nada. Mas é uma prova de que, 15 anos depois, ainda há irregularidades no Ecad, como as reportagens do GLOBO mostraram - disse o senador Randolfe. Segundo ele, a arrecadação do Ecad em 2010 foi maior do que o investimento federal em cultura:
- Este valor não pode ser distribuído sem uma fiscalização do Estado. Felizmente, o proprio Mininstério da Cultura já admitiu que é necessaria uma supervisão - afirmou.
Na manhã desta quarta-feira, o senador vai buscar mais assinaturas antes de apresentar o documento à mesa diretora do Senado. Em seguida, a mesa checará as assinaturas, e se todas as 27 (que representarm um terço mais um do número de senadores) forem mantidas, a abertura da CPI estará confirmada.
Enquanto isso, Glória Braga, presidente do Ecad, pediu um encontro com o senador, que ainda não tem data para acontecer.
APÓS DENÚNCIA:Ecad admite possibilidade de nova fraude
RIO E BELO HORIZONTE - Uma família brasileira de sobrenome Silva, composta por pai, mãe e dois filhos menores de idade, pode estar por trás da segunda fraude a abalar o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) em menos de uma semana.
De acordo com o Ecadnet, sistema de busca que o escritório responsável pelo recolhimento e pagamento dos direitos autorais de todos os músicos do país mantém na internet, Marco Aurelio da Silva, Laurinda Nascimento Vieira Silva e seus dois filhos seriam mais prolíferos do que Chico Buarque. Só Marco Aurelio, o patriarca da família, tem registradas em seu nome 629 obras, frente às 468 do irmão da ministra da Cultura, Ana de Hollanda.
Entre as composições que caem na conta dos Silva, todos cadastrados como artistas pela Sociedade Brasileira de Administração e Proteção dos Direitos Intelectuais (Socinpro), há vários homônimos de hits nacionais. Entre eles: "Coisas que eu sei", de Dudu Falcão - uma das cinco músicas mais tocadas em 2009 na voz de Danni Carlos -, "Tá perdoado", de Arlindo Cruz, e "Chora me liga", da dupla sertaneja João Bosco e Vinícius.
Os Silva não têm o costume de informar o intérprete de suas produções e parecem trabalhar nos mais diversos estilos musicais. Na lei brasileira, não há nada que impeça que duas composições tenham o mesmo título. Mesmo assim, o Ecad decidiu submeter toda a família a uma auditoria interna. O processo começou no ano passado.
Procurado pelo GLOBO, o Ecad informou, por sua assessoria de imprensa, que entre janeiro de 2010 e abril deste ano os Silva receberam R$ 1.700 pela reprodução de todas as suas supostas composições. A reportagem, porém, obteve documentos que comprovam que o ganho deles com apenas quatro canções entre janeiro de 2005 e dezembro de 2010 beira os R$ 4 mil. Só por "Festa no apê", obra homônima ao sucesso do cantor Latino, os Silva, que detêm 75% dos direitos (o detentor dos outros 25%, também desconhecido, não pertence à família), embolsaram R$ 2.207 em cinco anos.
De acordo com o Ecad, "com a colaboração de produtores de shows, a família Silva relacionava obras da autoria deles entre os roteiros de shows pelo Brasil".
- Se a falha no registro de obras permite que qualquer pessoa informe o compositor errado ao Ecad, então, existem muito mais famílias Silva do que se sabe - diz, irritado, Dudu Falcão.
Se a falha no registro de obras permite que qualquer pessoa informe o compositor errado ao Ecad, então, existem muito mais famílias Silva do que se sabe
Apesar da nota do Ecad, Jorge Costa, presidente da Socinpro, diz desconhecer qualquer investigação sobre os Silva.
Na última segunda-feira, O GLOBO denunciou o pagamento de R$ 127,8 mil ao falso compositor Milton Coitinho dos Santos. Cadastrado no sistema do Ecad pela União Brasileira de Compositores (UBC) - outra associação de artistas -, ele listou como sendo suas várias trilhas de filmes brasileiros, algumas conhecidas por outros autores. Após a denúncia, o Ecad congelou os pagamentos que lhe seriam feitos e informou que moveria um processo contra ele.
A reportagem, que já estava atrás dos Silva há dois meses, tentou localizar Coitinho ao longo da semana. Todos os dados que constam nas fichas cadastrais de ambos não levam a lugar algum. O e-mail que os Silva forneceram à Socinpro retorna com uma mensagem de erro. O telefone da família dá ocupado. Trata-se de um número em Belo Horizonte, mesma cidade onde Coitinho fez o seu registro. Já na ficha submetida por Coitinho à UBC, o número de identidade tem dois dígitos a mais do que o normal e o endereço e telefone "para correspondência" correspondem ao cassino Palms Place, em Las Vegas. Lá, ninguém nunca ouviu falar do brasileiro.
A data de nascimento de Coitinho também é falsa. Segundo um sistema de informações que reúne dados de segurança pública de todos os órgãos de fiscalização do Brasil, o CPF de Coitinho está ativo, mas atrelado a alguém que nasceu em 1964 e não em 1940, como registrou a UBC. Supõe-se que o fraudador tenha optado por envelhecer como forma de justificar a autoria de trilhas sonoras produzidas em sua infância.
O mesmo sistema de segurança revela que Coitinho reside ou residiu em Bagé, no Rio Grande do Sul, e trabalhou numa distribuidora de cervejas. Contatado pelo GLOBO, o departamento de recursos humanos da Cargnelutti & Cia. Ltda. disse que um homem com CPF idêntico ao do registrado na UBC prestou serviços à empresa entre 2001 e 2008. Sem especificar o cargo, acrescentou que ele atuou em Santana do Livramento (RS).
Coitinho também foi dono de uma padaria em Bagé, mas o escritório de contabilidade que geria a sua conta diz que ele não aparece lá há anos. Os documentos relativos ao negócio já estão no arquivo morto da empresa.
Segundo consta, Coitinho recebia seus direitos autorais através da procuradora Bárbara de Mello Moreira, uma jovem que mora com a mãe e o irmão num condomínio no Pechincha, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. A procuração, datada de 28 de maio de 2010, era falsa.
O carimbo que está acima é uma falsificação do selo da Secretaria de Estado Americano, que deveria reconhecer o carimbo do meu cartório
- Esse documento é uma fraude - informa Bobbie G. Bell, tabelião do Notary on Wheels, cartório da Flórida cujo selo aparece estampado no documento. - Além disso, o carimbo que está acima (na mesma página) é uma falsificação do selo da Secretaria de Estado Americano, que deveria reconhecer o carimbo do meu cartório.
Bárbara não respondeu aos pedidos de entrevista para esclarecer o destino final dos R$ 127,8 mil debitados em sua conta no banco Itaú. Seus vizinhos dão conta de que ela é universitária e não está trabalhando.
Fácil de registrar
Sexta-feira, na filial mineira da UBC, o correspondente do GLOBO em Belo Horizonte comprovou que é simples o caminho para se declarar autor de uma música. Bastava preencher um formulário padrão, informando o nome da composição a ser cadastrada, e anexar um papel com a letra impressa, numa autodeclaração. As atendentes daquela tarde acrescentaram ainda que a documentação poderia ser encaminhada ao escritório pelos Correios e que não seria indispensável a apresentação de uma cópia gravada da obra nem do encarte do suposto CD. A reportagem só não finalizou o registro de uma música homônima escolhida aleatoriamente porque não apresentou à associação de artistas um comprovante de residência. A medida foi proposital.
- Nosso procedimento padrão, que segue as determinações da Convenção de Berna de 1886, valoriza o autor. Só se for provado o contrário (do registrado) é que se desconfia - defende Marisa Gandelman, diretora executiva da UBC. - Funciona assim no mundo todo. É como um livro. Ninguém desconfia da autoria dele.
Descontente com a repercussão do caso Coitinho, Marisa diz que vai investigar até o fim:
- Eu quero punir, tirar do meio de nós os fraudadores, estejam eles dentro ou fora do sistema. Não quero que essa história acabe em pizza.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

AIDS E SEXO ORAL

Por Ricardo Tapajós
Chefe da UTI de doenças infecciosas do Hospital das Clínicas
e professor da Faculdade de Medicina da USP

O sexo oral apresenta risco de contaminação com HIV tanto para quem pratica como para quem recebe?

A relação oral é considerada de risco para a transmissão do HIV, ou seja: você pode pegar o HIV chupando e sendo chupado. E também não interessa o que você está chupando ou o que está sendo chupado, quer dizer, o sexo das pessoas envolvidas. Qualquer contato de mucosa com mucosa, principalmente se tiver secreção sexual, ou líquido vaginal, esperma ou aquele líquido que vem antes do esperma, pode transmitir o HIV, pois todas essas secreções são contaminadas com HIV se essa pessoa tiver o vírus. A transmissão acontece pelo sexo oral também.

É verdade que a contaminação só acontece se a pessoa tiver uma feridinha na boca?

Não. Não existe nenhum trabalho mostrando que pessoas infectadas por sexo oral tinham ou não uma ferida na boca antes do contágio. Você é capaz de olhar na sua boca agora e me dizer se tem ou não uma feridinha? Isso não é possível. Não é preciso ter uma ferida para se contagiar. As mucosas têm uma capacidade muito grande de absorção, se houver um vírus, pode haver contágio. Eu POSSO GARANTIR que se o esperma entrar em contato com a sua PELE, você NÃO vai se infectar. Mas se o vírus entrar em contato com a mucosa da sua BOCA, eu NÃO POSSO GARANTIR que você vá se infectar. Portanto, SEXO ORAL SEM CAMISINHA NÃO É SEGURO.

O que aconteceu com a hipótese de que o suco gástrico matava o vírus do HIV?

O vírus do HIV tem uma capa de gordura em torno dele. Isso faz com que seja muito susceptível ao meio que o cerca. Enzimas digestivas podem inativar o vírus. Mas olha o tamanho do caminho que o vírus tem que andar da sua boca até o estômago! Em qualquer um dos pontos desse percurso o HIV pode entrar pela mucosa e infectar.

Quer dizer que sexo oral sem camisinha não pode fazer?

Se você quer fazer sexo oral, você tem que usar preservativo. Se você quer fazer sexo oral sem camisinha, você não pode fazer sexo com quem você quer, com quem você encontra hoje à noite. Você precisa ter um parceiro fixo, em quem você confia, e mesmo assim ainda está correndo risco.

Qualquer camisinha serve para fazer sexo oral?

Qualquer camisinha boa. Mesmo as lubrificadas, a menos que você não goste do gosto. O mais importante é que, depois de utilizar uma camisinha para sexo oral, não reutilizá-la para penetração, pois a saliva e os dentes podem estragar a borracha. Toda vez que você fizer sexo oral com camisinha, antes de fazer uma penetração troque o preservativo por um novo. Não pode usar o preservativo com saliva. Só se deve utilizar lubrificantes para penetração à base de água, que podem ser comprados na farmácia, junto com a camisinha. Na dúvida, passe um pouquinho na mão e coloque debaixo d'água. Se sair com água, pode usar. NÃO UTILIZE margarina, saliva, creme nívea ou óleo como lubrificante.